Biografia de William James
William James (1842-1910) foi um filósofo e importante psicólogo norte-americano. Um dos criadores da escola filosófica conhecida como “pragmatismo” e um dos pioneiros da “Psicologia Funcional”.
William James nasceu em Nova Iorque, Estados Unidos, no dia 11 de janeiro de 1842. Filho de Henry James, também filósofo e teólogo, era irmão do escritor Henry James Jr.
Seu pai, bem familiarizado com as elites literárias e intelectuais da época, deu aos filhos uma educação cosmopolita. William estudou francês e alemão, e ainda menino fez duas viagens à Europa.
Durante três anos percorreu a Inglaterra, França e Suíça, visitando museus, bibliotecas e teatros. De volta aos Estados Unidos, estudou pintura com William Morris Hunt.
Em 1861, James ingressou na Escola Científica Lawrence da Universidade de Harvard. Em 1864 iniciou o curso de Medicina na Harvard Medical School.
Em 1865, acompanhou o naturalista Louis Agassiz na Expedição Thayer, em estudo científico no Brasil. Durante oito meses, esteve no Amazonas e no Rio de Janeiro quando registrou tudo em seu diário, onde também desenhou cenas da expedição.
Em abril de 1867, interrompeu os estudos de medicina para fazer um tratamento de saúde em uma estância na Alemanha, onde permaneceu até novembro de 1868. Nessa época dedicou-se à leitura e reflexões, e começou a publicar seus primeiros textos.
Em junho de 1869, recebeu o grau de doutor em medicina pela Universidade de Harvard. Em 1872, depois de um longo período de busca filosófica, William James resolveu o que ele chamou de sua “doença da alma”. Descobriu que seu interesse não estava na medicina e sim na filosofia e na psicologia.
William James passou a maior parte de sua carreira acadêmica em Harvard. A diversidade de interesses o levou a ser nomeado instrutor de fisiologia no Harvard College. Em seguida foi nomeado instrutor de anatomia.
Seu interesse pela psicologia e pela filosofia começou a se cristalizar. Em 1876 foi professor assistente de psicologia. Em 1881 ocupou o cargo de professor assistente de filosofia, e de professor titular em 1885.
Em 1889, James assumiu a cadeira de psicologia, não a psicologia tradicional, mas no sentido fisiológico. Um de seus principais interesses era o estudo científico da mente humana, seus valores morais e espirituais, numa época em que a psicologia estava se formando como ciência.
Em 1890, após 12 anos de elaboração, publicou o livro “Princípios de Psicologia”, uma obra inovadora, com mil e duzentas páginas, em dois volumes, que pela primeira vez apresentava a Psicologia como matéria independente, e a sua relação com a fisiologia.
James compara a ciência da mente às disciplinas biológicas e considera a consciência como um estado de adaptação da espécie.
A tese fundamental de James, de que existe uma relação casual entre os fenômenos psíquicos e as sensações nervosas foi vulgarizada por meio da fórmula de que são as perturbações viscerais que originam os estados emocionais e não o inverso, como se sustentava tradicionalmente.
Sua teoria das emoções foi expressa-se na frase:
“Alguém está triste porque chora, e não chora porque está triste”
William James foi o pioneiro da Psicologia Funcional. A obra o projetou na comunidade científica da época. Em 1892 publicou “Psicologia”.
Filosofia pragmática
Mais tarde, William James se dedicou à elaboração de sua filosofia pragmática, iniciada por seu compatriota Charles Sanders Peirce e inspirada no empirismo e utilitarismo britânicos.
Foi responsável por aquela que seria considerada a maior contribuição americana à filosofia, foi um dos criadores da escola filosófica conhecida como “Pragmatismo”.
Foi desenvolvido a partir da análise do fundamento lógico das ciências, convertendo-se na base da avaliação de qualquer experiência. Em 1897 publicou “A Vontade de Crer e Outros Ensaios sobre Filosofia Popular”.
Em sua opinião, todo conceito se fundamenta na experiência, e tem um fim, uma utilidade. A verdade seria: “A conveniência de uma proposição”.
Em sua obra “As Verdades da Experiência Religiosa” (1902), afirmou que as ideias metafísicas e religiosas seriam válidas enquanto satisfizesse determinadas necessidades sociais. Denominou essa postura de “Teísmo Pragmático”. Em 1909 publicou “Um Universo Pluralístico”.
Durante décadas, William James aplicou os seus métodos empíricos à investigação de temas filosóficos e religiosos. Explorou a questão da existência de Deus, da imortalidade da alma, dos valores éticos e do livre arbítrio, como fonte da experiência religiosa e moral.
William James faleceu em New Hampshire, Estados Unidos, no dia 26 de agosto de 1910.
Fonte: https://www.ebiografia.com/william_james/
O estudo científico da mente humana
William James passou toda a sua carreira acadêmica em Harvard. Primeiro, ele foi professor de fisiologia, depois de anatomia, psicologia e, mais tarde, de filosofia. O seu trabalho mais importante foi publicado em 1890, logo após criar o primeiro laboratório de psicologia experimental da universidade.
- Este trabalho foi ‘Princípios da Psicologia’ (um livro com mais de mil e cem páginas), no qual abordou as principais áreas desta ciência, como a memória, imaginação, raciocínio, emoções, hábitos e a consciência ‘do eu’.
- Agora, todas essas áreas foram trabalhadas em seu livro a partir de um ponto de vista muito específico: o filosófico.
Essa visão bastante pragmática da psicologia como ciência fez de William James um dos precursores do funcionalismo. Tal abordagem daria origem ao surgimento do behaviorismo.
“Todos os nossos esforços para explicar os pensamentos como produtos de entidades mais profundas são metafísicos. Por esse motivo, rejeito as teorias associacionistas e as espirituais para definir o que é a psicologia para mim. O meu ponto de vista é estritamente positivista, então me sinto tentado a afirmar que tenho originalidade”.
O estudo da consciência
William James queria se aprofundar e delimitar o estudo da consciência através da fisiologia experimental. Ele o fez com outros especialistas, como Henry Pickering Bowditch e James Jackson Putnam.
Tudo isso tinha um objetivo muito específico: tentar localizar a consciência em alguma área do cérebro.
- Após uma série de testes e análises, ele concluiu que a consciência é realmente um processo. É a noção que temos de nós mesmos. É uma imensa soma de domínios que inclui tudo o que foi vivido e sentido, o nosso passado e também o nosso potencial futuro.
- A consciência para William James era definida como um conjunto de imagens, pensamentos e sensações. Eles podem ser transitórios ou permanentes em nossa mente.
- A psicologia poderia, portanto, analisar esse processo. Ou seja, o fluxo de pensamentos para conseguir delimitar aquela ideia abstrata que configura o “eu”.
O estudo das emoções na biografia de William James
Com esse interesse de William James no que se refere à compreensão do comportamento humano, era quase inevitável que em algum momento da sua carreira ele direcionasse a sua curiosidade científica ao campo das emoções.
- Ele o fez em parceria com Carl Lange, um médico dinamarquês especialista em fisiologia. Juntos, eles enunciaram a conhecida teoria da emoção James-Lange. Ela entende que emoção é a percepção da mente sobre as condições fisiológicas que surgem de um determinado estímulo.
- Por exemplo, se eu vejo que há uma cobra ao meu lado, não sinto medo ao pensar que ela pode me atacar. O meu corpo e a minha consciência geram uma determinada resposta fisiológica. Essa resposta é o que finalmente dá origem à emoção. A fuga e a reação física seriam, de acordo com essa teoria, o que desencadeia esse sentimento de medo e angústia.
Fonte: https://amenteemaravilhosa.com.br/biografia-de-william-james/
William James e o conceito da verdade
William James defendeu uma concepção de verdade humanista e prática, baseada na experiência humana a partir de evidências disponíveis. O conceito da verdade de James segue sendo uma das definições mais importantes sobre a mesma, tanto para a filosofia quanto para outras disciplinas, já que uma definição humanista do conceito da verdade é aplicável a quase todos os campos.
Conceito da verdade e conhecimento
James diferenciava duas formas de conhecer as coisas. Por um lado, o indivíduo poderia saber algo de forma intuitiva, a partir da experiência indireta. Um exemplo desse caso seria uma pessoa que vê um papel ou uma caneta que está diante de seus olhos – o que James descreveu como um “abraço completo” do objeto pelo pensamento.
Por outro lado, porém, alguém poderia saber a mesma coisa através de estímulos diferentes, por meio de intermediários físicos ou mentais que conectam pensamento e objeto.
Desse modo, James afirma que a forma intuitiva de conhecimento é a apreensão direta de algo e não é mediada por nada, de forma que a verdade, para o conhecimento intuitivo, é uma questão de consciência direta em relação ao fluxo da experiência.
Ao contrário, temos o conhecimento conceitual ou representativo, como saber que uma crença é verdadeira ao conhecê-la através de um contexto por meio do qual o mundo funciona, como prova de sua existência.
Conceito da verdade e verificabilidade: utilidade
Para James, a verdade não é uma propriedade inerente e imutável da ideia, mas sim um acontecer dentro da ideia segundo sua verificabilidade. Nesse sentido, a verificabilidade, para James, consiste em um sentimento agradável de harmonia e progresso na sucessão de ideias e fatos. Ou seja, ao ter ideias, elas se seguem umas às outras e se adequam nessa sucessão de realidade que experimentamos.
Essas ideias verdadeiras cumprem uma função fundamental: a de serem ferramentas úteis para os indivíduos, de modo que essa pessoa possa utilizá-las para se guiar na realidade que se apresenta. Dessa forma, ao possuir essas ideias o que se tem é um bem prático que permite satisfazer outras necessidades vitais. Desse modo, para James o verdadeiro é o útil, ou seja, que introduz um benefício para a vida vivida e que merece ser conservado.
Teoria pragmática da verdade
A concepção da verdade de William James é baseada nas teorias pragmáticas da verdade. São teorias que nasceram dentro da filosofia do pragmatismo. Essas teorias pragmáticas do conceito da verdade foram propostas pela primeira vez por pensadores como Charles Sanders Peirce, John Dewey e logo William James.
As características comuns dessas teorias desses três pensadores são a confiança na máxima pragmática como meio para esclarecer os significados de conceitos difíceis, como a verdade. Além disso, colocam ênfase no fato de que a crença, a certeza, o conhecimento e a verdade são resultado de uma investigação.
A versão de William James da teoria pragmática frequentemente é resumida na sua afirmação de que “o verdadeiro é somente o recurso da nossa forma de pensar, assim como o direito é somente o recurso de nossa forma de se comportar”. Com isso, James quer dizer que a verdade é uma qualidade cujo valor se confirma por sua efetividade ao aplicar conceitos na prática da vida real.
A teoria pragmática de James é uma síntese da teoria da correspondência da verdade e a teoria da coerência da verdade com uma dimensão adicional. Dessa forma, a verdade é verificável à medida que os pensamentos e as afirmações de fato correspondem a coisas reais, assim como podemos juntar ou encaixar as peças de um quebra-cabeças de forma que elas coincidam. Nesse ato, elas são verificadas pelos resultados observados de uma aplicação de uma ideia na prática real.
Nesse sentido, James diz que todos os processos verdadeiros devem conduzir à oportunidade de verificação direta das experiências sensíveis de algum modo. Também estendeu sua teoria pragmática muito além do alcance da verificabilidade científica, e inclusive além do âmbito do místico.
Segundo James: “A partir dos princípios pragmáticos, se a hipótese de Deus funciona satisfatoriamente no sentido mais amplo da palavra, então pronto, ela é certa”.
Fonte: https://amenteemaravilhosa.com.br/william-james-conceito-da-verdade/
William James e sua fórmula para aumentar a autoestima
Um aspecto que será interessante sabermos é que uma das primeiras figuras da psicologia que mergulhou nessa construção foi William James. Foi em 1890, quando publicou The Principles of Psychology, que nos deu uma fórmula, um recurso para avaliar nossa autoestima.
“Há apenas uma causa do fracasso humano. E essa é a falta de fé em nós mesmos.”
Coloque em prática a fórmula para aumentar sua autoestima
Algo que nem todos sabem sobre William James é que, durante um período de sua juventude, ele teve a ideia de tirar a própria vida. Ele passou muitos anos sofrendo de doenças estranhas e sofrimentos notáveis; Ele ainda carregava uma surdez parcial com ele.
Seu pai era um teólogo pertencente à alta burguesia. Todos esperavam muito dele; também de seu irmão, o famoso escritor Henry James. Finalmente, chegou um momento em que, conduzido por um ato de introspecção, disse a si mesmo que essa melancolia não era normal. Ele deve estar sofrendo de algum tipo de doença.
Foi então que um interesse, uma obsessão, um objetivo despertou nele. Estabeleceu-se como propósito vital conhecer os mecanismos que governavam a mente e a alma. Portanto, ele decidiu se formar em psicologia e filosofia.
Em sua obra mais conhecida, The Principles of Psychology (1890), ele forneceu o que foi uma das principais definições de autoestima. Ele a conceituou através de uma fórmula que, ainda hoje, achamos tão interessante quanto prática. Para William James, o bem-estar com nós mesmos é baseado nas aspirações que temos e nas conquistas que somos capazes de alcançar.
“Para William James, a autoestima baseava-se na seguinte formulação: Autoestima = Conquistas/Aspirações.”
Importa o que você faz, não tanto o que você é
Muitos adolescentes hoje associam a autoestima à imagem corporal. Eles assumem que, para trabalhar nessa área, basta se aceitarem como são. Agora, embora seja verdade que esse construto inclui a auto aceitação física, existem muitas outras áreas que o compõem e que não podemos negligenciar.
William James insistiu que a felicidade e o bem-estar começam a partir do que fazemos na vida. Não importa quem somos ou como somos, importa o que fazemos com nossas vidas. E é aí que vem a maior responsabilidade de todas:
- Devemos nos perguntar do que gostamos e no que somos bons. Só então podemos direcionar todas as nossas energias para esses objetivos. Ele encontrou sentido em sua vida no momento em que esclareceu um propósito: ele queria conhecer os mistérios da mente humana.
- James insiste que sempre chega um momento em nossa existência em que devemos nos perguntar “o que atua como nossa salvação”. Esse será o momento em que encontraremos o melhor motivador para crescer como pessoas.
Seja realista em suas reivindicações
A fórmula de William James para aumentar a autoestima é a razão entre nossos sucessos e aspirações. Ou seja, à medida que conquistamos os objetivos a que aspiramos, a autoestima aumenta. Mas tenha cuidado, porque muitas vezes nossas expectativas ou sonhos podem ser irrealistas e então o fracasso vai minar a visão positiva que temos de nós mesmos.
Portanto, evitemos estabelecer metas muito altas ou claramente impossíveis. É bom ter aspirações, mas vamos tentar ajustá-las às nossas habilidades e capacidades.
Como explica William James em The Principles of Psychology, muitas pessoas gastam seus esforços em tarefas que não correspondem aos seus pontos fortes, e é aí que tudo desmorona. Da mesma forma, também é crucial considerar outro aspecto. À medida que a autoestima cresce a cada conquista, é bom aumentar o desafio. É assim que alcançamos a excelência.
“Às vezes, colocamos sonhos completamente irreais em nossas mentes que, além disso, têm pouco a ver com nossas habilidades. Devemos ser consistentes e focar em metas realistas que correspondam ao nosso valor. Só assim alcançaremos o sucesso e nossa autoestima permanecerá forte e saudável.”
Vá além do medo e lembre-se de seus pontos fortes
Martin Seligman nos fala sobre a fórmula para aumentar a autoestima que William James usa em seu livro Crianças Otimistas (2011). Um artefato que nos lembra que uma tarefa que pais e educadores têm com os pequenos é promover sua autoeficácia e autoconfiança. Se aprenderem desde cedo que são capazes de realizar tarefas por conta própria, eles se sentirão competentes e desenvolverão uma autoimagem positiva.
As pessoas são forçadas a superar dificuldades e medos sem fim diariamente. É verdade que falharemos em muitos de nossos desafios. Haverá até sonhos que devemos deixar de lado para considerar os outros. No entanto, é essencial que confiemos em nosso valor e pontos fortes. Somos o que conquistamos no passado e também o que propomos agora.
Portanto, naqueles momentos em que nos sentimos presos e desconfiados de nós mesmos, vale a pena olhar para trás. Tivemos mais de um sucesso e somos qualificados em mais de uma área. Por que não confiar novamente em nossos pontos fortes e nos colocar novos desafios? A autoestima precisa de ação e movimento, de acordo com William James.
Fonte: https://amenteemaravilhosa.com.br/william-james-e-sua-formula-para-aumentar-a-autoestima/
Bibliografia
- Princípios da Psicologia
- As Variedades da Experiência Religiosa
- A Vontade de Crer
- Vale a Pena Viver
- Alguns Problemas de Filosofia
- O pragmatismo: um nome novo para algumas formas antigas de pensar
Biografia de William James
William James (1842-1910) foi um filósofo e importante psicólogo norte-americano. Um dos criadores da escola filosófica conhecida como “pragmatismo” e um dos pioneiros da “Psicologia Funcional”.
William James nasceu em Nova Iorque, Estados Unidos, no dia 11 de janeiro de 1842. Filho de Henry James, também filósofo e teólogo, era irmão do escritor Henry James Jr.
Seu pai, bem familiarizado com as elites literárias e intelectuais da época, deu aos filhos uma educação cosmopolita. William estudou francês e alemão, e ainda menino fez duas viagens à Europa.
Durante três anos percorreu a Inglaterra, França e Suíça, visitando museus, bibliotecas e teatros. De volta aos Estados Unidos, estudou pintura com William Morris Hunt.
Em 1861, James ingressou na Escola Científica Lawrence da Universidade de Harvard. Em 1864 iniciou o curso de Medicina na Harvard Medical School.
Em 1865, acompanhou o naturalista Louis Agassiz na Expedição Thayer, em estudo científico no Brasil. Durante oito meses, esteve no Amazonas e no Rio de Janeiro quando registrou tudo em seu diário, onde também desenhou cenas da expedição.
Em abril de 1867, interrompeu os estudos de medicina para fazer um tratamento de saúde em uma estância na Alemanha, onde permaneceu até novembro de 1868. Nessa época dedicou-se à leitura e reflexões, e começou a publicar seus primeiros textos.
Em junho de 1869, recebeu o grau de doutor em medicina pela Universidade de Harvard. Em 1872, depois de um longo período de busca filosófica, William James resolveu o que ele chamou de sua “doença da alma”. Descobriu que seu interesse não estava na medicina e sim na filosofia e na psicologia.
William James passou a maior parte de sua carreira acadêmica em Harvard. A diversidade de interesses o levou a ser nomeado instrutor de fisiologia no Harvard College. Em seguida foi nomeado instrutor de anatomia.
Seu interesse pela psicologia e pela filosofia começou a se cristalizar. Em 1876 foi professor assistente de psicologia. Em 1881 ocupou o cargo de professor assistente de filosofia, e de professor titular em 1885.
Em 1889, James assumiu a cadeira de psicologia, não a psicologia tradicional, mas no sentido fisiológico. Um de seus principais interesses era o estudo científico da mente humana, seus valores morais e espirituais, numa época em que a psicologia estava se formando como ciência.
Em 1890, após 12 anos de elaboração, publicou o livro “Princípios de Psicologia”, uma obra inovadora, com mil e duzentas páginas, em dois volumes, que pela primeira vez apresentava a Psicologia como matéria independente, e a sua relação com a fisiologia.
James compara a ciência da mente às disciplinas biológicas e considera a consciência como um estado de adaptação da espécie.
A tese fundamental de James, de que existe uma relação casual entre os fenômenos psíquicos e as sensações nervosas foi vulgarizada por meio da fórmula de que são as perturbações viscerais que originam os estados emocionais e não o inverso, como se sustentava tradicionalmente.
Sua teoria das emoções foi expressa-se na frase:
“Alguém está triste porque chora, e não chora porque está triste”
William James foi o pioneiro da Psicologia Funcional. A obra o projetou na comunidade científica da época. Em 1892 publicou “Psicologia”.
Filosofia pragmática
Mais tarde, William James se dedicou à elaboração de sua filosofia pragmática, iniciada por seu compatriota Charles Sanders Peirce e inspirada no empirismo e utilitarismo britânicos.
Foi responsável por aquela que seria considerada a maior contribuição americana à filosofia, foi um dos criadores da escola filosófica conhecida como “Pragmatismo”.
Foi desenvolvido a partir da análise do fundamento lógico das ciências, convertendo-se na base da avaliação de qualquer experiência. Em 1897 publicou “A Vontade de Crer e Outros Ensaios sobre Filosofia Popular”.
Em sua opinião, todo conceito se fundamenta na experiência, e tem um fim, uma utilidade. A verdade seria: “A conveniência de uma proposição”.
Em sua obra “As Verdades da Experiência Religiosa” (1902), afirmou que as ideias metafísicas e religiosas seriam válidas enquanto satisfizesse determinadas necessidades sociais. Denominou essa postura de “Teísmo Pragmático”. Em 1909 publicou “Um Universo Pluralístico”.
Durante décadas, William James aplicou os seus métodos empíricos à investigação de temas filosóficos e religiosos. Explorou a questão da existência de Deus, da imortalidade da alma, dos valores éticos e do livre arbítrio, como fonte da experiência religiosa e moral.
William James faleceu em New Hampshire, Estados Unidos, no dia 26 de agosto de 1910.
Fonte: https://www.ebiografia.com/william_james/
O estudo científico da mente humana
William James passou toda a sua carreira acadêmica em Harvard. Primeiro, ele foi professor de fisiologia, depois de anatomia, psicologia e, mais tarde, de filosofia. O seu trabalho mais importante foi publicado em 1890, logo após criar o primeiro laboratório de psicologia experimental da universidade.
- Este trabalho foi ‘Princípios da Psicologia’ (um livro com mais de mil e cem páginas), no qual abordou as principais áreas desta ciência, como a memória, imaginação, raciocínio, emoções, hábitos e a consciência ‘do eu’.
- Agora, todas essas áreas foram trabalhadas em seu livro a partir de um ponto de vista muito específico: o filosófico.
Essa visão bastante pragmática da psicologia como ciência fez de William James um dos precursores do funcionalismo. Tal abordagem daria origem ao surgimento do behaviorismo.
“Todos os nossos esforços para explicar os pensamentos como produtos de entidades mais profundas são metafísicos. Por esse motivo, rejeito as teorias associacionistas e as espirituais para definir o que é a psicologia para mim. O meu ponto de vista é estritamente positivista, então me sinto tentado a afirmar que tenho originalidade”.
O estudo da consciência
William James queria se aprofundar e delimitar o estudo da consciência através da fisiologia experimental. Ele o fez com outros especialistas, como Henry Pickering Bowditch e James Jackson Putnam.
Tudo isso tinha um objetivo muito específico: tentar localizar a consciência em alguma área do cérebro.
- Após uma série de testes e análises, ele concluiu que a consciência é realmente um processo. É a noção que temos de nós mesmos. É uma imensa soma de domínios que inclui tudo o que foi vivido e sentido, o nosso passado e também o nosso potencial futuro.
- A consciência para William James era definida como um conjunto de imagens, pensamentos e sensações. Eles podem ser transitórios ou permanentes em nossa mente.
- A psicologia poderia, portanto, analisar esse processo. Ou seja, o fluxo de pensamentos para conseguir delimitar aquela ideia abstrata que configura o “eu”.
O estudo das emoções na biografia de William James
Com esse interesse de William James no que se refere à compreensão do comportamento humano, era quase inevitável que em algum momento da sua carreira ele direcionasse a sua curiosidade científica ao campo das emoções.
- Ele o fez em parceria com Carl Lange, um médico dinamarquês especialista em fisiologia. Juntos, eles enunciaram a conhecida teoria da emoção James-Lange. Ela entende que emoção é a percepção da mente sobre as condições fisiológicas que surgem de um determinado estímulo.
- Por exemplo, se eu vejo que há uma cobra ao meu lado, não sinto medo ao pensar que ela pode me atacar. O meu corpo e a minha consciência geram uma determinada resposta fisiológica. Essa resposta é o que finalmente dá origem à emoção. A fuga e a reação física seriam, de acordo com essa teoria, o que desencadeia esse sentimento de medo e angústia.
Fonte: https://amenteemaravilhosa.com.br/biografia-de-william-james/
William James e o conceito da verdade
William James defendeu uma concepção de verdade humanista e prática, baseada na experiência humana a partir de evidências disponíveis. O conceito da verdade de James segue sendo uma das definições mais importantes sobre a mesma, tanto para a filosofia quanto para outras disciplinas, já que uma definição humanista do conceito da verdade é aplicável a quase todos os campos.
Conceito da verdade e conhecimento
James diferenciava duas formas de conhecer as coisas. Por um lado, o indivíduo poderia saber algo de forma intuitiva, a partir da experiência indireta. Um exemplo desse caso seria uma pessoa que vê um papel ou uma caneta que está diante de seus olhos – o que James descreveu como um “abraço completo” do objeto pelo pensamento.
Por outro lado, porém, alguém poderia saber a mesma coisa através de estímulos diferentes, por meio de intermediários físicos ou mentais que conectam pensamento e objeto.
Desse modo, James afirma que a forma intuitiva de conhecimento é a apreensão direta de algo e não é mediada por nada, de forma que a verdade, para o conhecimento intuitivo, é uma questão de consciência direta em relação ao fluxo da experiência.
Ao contrário, temos o conhecimento conceitual ou representativo, como saber que uma crença é verdadeira ao conhecê-la através de um contexto por meio do qual o mundo funciona, como prova de sua existência.
Conceito da verdade e verificabilidade: utilidade
Para James, a verdade não é uma propriedade inerente e imutável da ideia, mas sim um acontecer dentro da ideia segundo sua verificabilidade. Nesse sentido, a verificabilidade, para James, consiste em um sentimento agradável de harmonia e progresso na sucessão de ideias e fatos. Ou seja, ao ter ideias, elas se seguem umas às outras e se adequam nessa sucessão de realidade que experimentamos.
Essas ideias verdadeiras cumprem uma função fundamental: a de serem ferramentas úteis para os indivíduos, de modo que essa pessoa possa utilizá-las para se guiar na realidade que se apresenta. Dessa forma, ao possuir essas ideias o que se tem é um bem prático que permite satisfazer outras necessidades vitais. Desse modo, para James o verdadeiro é o útil, ou seja, que introduz um benefício para a vida vivida e que merece ser conservado.
Teoria pragmática da verdade
A concepção da verdade de William James é baseada nas teorias pragmáticas da verdade. São teorias que nasceram dentro da filosofia do pragmatismo. Essas teorias pragmáticas do conceito da verdade foram propostas pela primeira vez por pensadores como Charles Sanders Peirce, John Dewey e logo William James.
As características comuns dessas teorias desses três pensadores são a confiança na máxima pragmática como meio para esclarecer os significados de conceitos difíceis, como a verdade. Além disso, colocam ênfase no fato de que a crença, a certeza, o conhecimento e a verdade são resultado de uma investigação.
A versão de William James da teoria pragmática frequentemente é resumida na sua afirmação de que “o verdadeiro é somente o recurso da nossa forma de pensar, assim como o direito é somente o recurso de nossa forma de se comportar”. Com isso, James quer dizer que a verdade é uma qualidade cujo valor se confirma por sua efetividade ao aplicar conceitos na prática da vida real.
A teoria pragmática de James é uma síntese da teoria da correspondência da verdade e a teoria da coerência da verdade com uma dimensão adicional. Dessa forma, a verdade é verificável à medida que os pensamentos e as afirmações de fato correspondem a coisas reais, assim como podemos juntar ou encaixar as peças de um quebra-cabeças de forma que elas coincidam. Nesse ato, elas são verificadas pelos resultados observados de uma aplicação de uma ideia na prática real.
Nesse sentido, James diz que todos os processos verdadeiros devem conduzir à oportunidade de verificação direta das experiências sensíveis de algum modo. Também estendeu sua teoria pragmática muito além do alcance da verificabilidade científica, e inclusive além do âmbito do místico.
Segundo James: “A partir dos princípios pragmáticos, se a hipótese de Deus funciona satisfatoriamente no sentido mais amplo da palavra, então pronto, ela é certa”.
Fonte: https://amenteemaravilhosa.com.br/william-james-conceito-da-verdade/
William James e sua fórmula para aumentar a autoestima
Um aspecto que será interessante sabermos é que uma das primeiras figuras da psicologia que mergulhou nessa construção foi William James. Foi em 1890, quando publicou The Principles of Psychology, que nos deu uma fórmula, um recurso para avaliar nossa autoestima.
“Há apenas uma causa do fracasso humano. E essa é a falta de fé em nós mesmos.”
Coloque em prática a fórmula para aumentar sua autoestima
Algo que nem todos sabem sobre William James é que, durante um período de sua juventude, ele teve a ideia de tirar a própria vida. Ele passou muitos anos sofrendo de doenças estranhas e sofrimentos notáveis; Ele ainda carregava uma surdez parcial com ele.
Seu pai era um teólogo pertencente à alta burguesia. Todos esperavam muito dele; também de seu irmão, o famoso escritor Henry James. Finalmente, chegou um momento em que, conduzido por um ato de introspecção, disse a si mesmo que essa melancolia não era normal. Ele deve estar sofrendo de algum tipo de doença.
Foi então que um interesse, uma obsessão, um objetivo despertou nele. Estabeleceu-se como propósito vital conhecer os mecanismos que governavam a mente e a alma. Portanto, ele decidiu se formar em psicologia e filosofia.
Em sua obra mais conhecida, The Principles of Psychology (1890), ele forneceu o que foi uma das principais definições de autoestima. Ele a conceituou através de uma fórmula que, ainda hoje, achamos tão interessante quanto prática. Para William James, o bem-estar com nós mesmos é baseado nas aspirações que temos e nas conquistas que somos capazes de alcançar.
“Para William James, a autoestima baseava-se na seguinte formulação: Autoestima = Conquistas/Aspirações.”
Importa o que você faz, não tanto o que você é
Muitos adolescentes hoje associam a autoestima à imagem corporal. Eles assumem que, para trabalhar nessa área, basta se aceitarem como são. Agora, embora seja verdade que esse construto inclui a auto aceitação física, existem muitas outras áreas que o compõem e que não podemos negligenciar.
William James insistiu que a felicidade e o bem-estar começam a partir do que fazemos na vida. Não importa quem somos ou como somos, importa o que fazemos com nossas vidas. E é aí que vem a maior responsabilidade de todas:
- Devemos nos perguntar do que gostamos e no que somos bons. Só então podemos direcionar todas as nossas energias para esses objetivos. Ele encontrou sentido em sua vida no momento em que esclareceu um propósito: ele queria conhecer os mistérios da mente humana.
- James insiste que sempre chega um momento em nossa existência em que devemos nos perguntar “o que atua como nossa salvação”. Esse será o momento em que encontraremos o melhor motivador para crescer como pessoas.
Seja realista em suas reivindicações
A fórmula de William James para aumentar a autoestima é a razão entre nossos sucessos e aspirações. Ou seja, à medida que conquistamos os objetivos a que aspiramos, a autoestima aumenta. Mas tenha cuidado, porque muitas vezes nossas expectativas ou sonhos podem ser irrealistas e então o fracasso vai minar a visão positiva que temos de nós mesmos.
Portanto, evitemos estabelecer metas muito altas ou claramente impossíveis. É bom ter aspirações, mas vamos tentar ajustá-las às nossas habilidades e capacidades.
Como explica William James em The Principles of Psychology, muitas pessoas gastam seus esforços em tarefas que não correspondem aos seus pontos fortes, e é aí que tudo desmorona. Da mesma forma, também é crucial considerar outro aspecto. À medida que a autoestima cresce a cada conquista, é bom aumentar o desafio. É assim que alcançamos a excelência.
“Às vezes, colocamos sonhos completamente irreais em nossas mentes que, além disso, têm pouco a ver com nossas habilidades. Devemos ser consistentes e focar em metas realistas que correspondam ao nosso valor. Só assim alcançaremos o sucesso e nossa autoestima permanecerá forte e saudável.”
Vá além do medo e lembre-se de seus pontos fortes
Martin Seligman nos fala sobre a fórmula para aumentar a autoestima que William James usa em seu livro Crianças Otimistas (2011). Um artefato que nos lembra que uma tarefa que pais e educadores têm com os pequenos é promover sua autoeficácia e autoconfiança. Se aprenderem desde cedo que são capazes de realizar tarefas por conta própria, eles se sentirão competentes e desenvolverão uma autoimagem positiva.
As pessoas são forçadas a superar dificuldades e medos sem fim diariamente. É verdade que falharemos em muitos de nossos desafios. Haverá até sonhos que devemos deixar de lado para considerar os outros. No entanto, é essencial que confiemos em nosso valor e pontos fortes. Somos o que conquistamos no passado e também o que propomos agora.
Portanto, naqueles momentos em que nos sentimos presos e desconfiados de nós mesmos, vale a pena olhar para trás. Tivemos mais de um sucesso e somos qualificados em mais de uma área. Por que não confiar novamente em nossos pontos fortes e nos colocar novos desafios? A autoestima precisa de ação e movimento, de acordo com William James.
Fonte: https://amenteemaravilhosa.com.br/william-james-e-sua-formula-para-aumentar-a-autoestima/
Bibliografia
- Princípios da Psicologia
- As Variedades da Experiência Religiosa
- A Vontade de Crer
- Vale a Pena Viver
- Alguns Problemas de Filosofia
- O pragmatismo: um nome novo para algumas formas antigas de pensar